Dia 31 de outubro é comemorado
o dia da reforma protestante, esta data comemorativa passa quase que
despercebida pela maioria de nosso povo. Para muitos se trata de data
importante apenas para um segmento religioso, porém gostaria de comentar algo
sobre este acontecimento. Quando eu
estudava no antigo 2º grau, em certo estágio da disciplina de História,
lembro-me que a professora brevemente nos ensinou sobre a Reforma Protestante e
como sou filho de um pastor, para mim o assunto não foi estranho.
Após Jesus Cristo
ressuscitar e incumbir seus discípulos a ir por todo o mundo pregar o evangelho
de salvação a toda criatura, Ele subiu aos céus. Seus seguidores começaram a
cumprir o ide de Cristo e em pouco tempo, o evangelho tinha atingido grande
parte do mundo conhecido naquela época. Houve grande perseguição até que entre
os anos de 284 e 311, os governantes aliaram-se para que houvesse o
reconhecimento do cristianismo como religião oficial do império romano, na
pessoa do imperador Constantino, que á partir daquele momento teria grande
influência nos caminhos da igreja. Após
vários fatos e acontecimentos na história da igreja, no início do século 12
surgiram vários movimentos de oposição contra a atitude e o estado moral da
igreja, por parte de homens que conheciam esta situação. Ao invés da correção,
ouve o estabelecimento da Inquisição, movimento que mandava matar os que
falavam contra ela e que não se retratassem.
O movimento aumentou e
vários lideres abraçaram esta causa em vários pontos da Europa, até que em 31
de Outubro de 1517 (Século 16), o monge alemão Martinho Lutero (1483-1543) pregou
as 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, convidando a todos para um
debate, fato este que é considerado o
início da Reforma Protestante.
Entendemos que foi o Espírito
Santo de Deus que iluminou a mente de Lutero, que além de monge era professor
universitário, para protestar diante de tantos desvios da fé bíblica. Fez-o entender que a salvação é pela fé em Cristo Jesus, que
as Escrituras Sagradas estão acima da tradição religiosa e que todos devem ter
liberdade de consciência.
Importante é ressaltar que a Reforma Protestante além de
questão religiosa, envolveu outras questões, como a econômica e educacional.
Com o ensino sobre “vocação”, as
pessoas aprenderam que Deus também vocaciona e capacita as pessoas para
exercerem funções não religiosas. Deus é quem capacita o médico, o jurista e
outros. Tal concepção contribuiu para mudar a vida econômica na Europa.
Trabalhar, ganhar dinheiro não mais precisaria ser interpretado como algo condenável.
Na área educacional foi ainda mais
relevante, pois naquela época, os filhos deveriam trabalhar e não estudar. O
sonho dos pais não era outro a não ser ver seus filhos indo para o mosteiro,
seguirem a próspera carreira sacerdotal. Matinho Lutero ensinou a
universalidade do saber. A educação é para todos, anunciou o reformador. Os
pais deveriam enviar os filhos à escola e, se não o fizessem, estariam pecando
contra Deus. O Estado deveria providenciar os meios para que todos tivessem
acesso ao saber. Os professores deveriam ser bem preparados e bem remunerados.
Caro amigo leitor, o conhecimento e a prática da Palavra de
Deus têm o poder de gerar mudanças profundas na vida de um indivíduo e da
sociedade. Para nós, há sempre um “lembra-te de onde saíste”, que
convida-nos à uma tarefa de constante renovação espiritual, que reme-te nos a
Cristo, fundamento da Igreja e aponta-nos para a cruz, símbolo da salvação de
toda a humanidade. Paz seja contigo!
Eliel Toledo, pastor adjunto adjunto da Igreja Assembleia de Deus em Tupanciretã/RS
Artigo escrito para o Jornal O Semanário, de 19 a 21 OUT 2012.
Fontes Consultadas: EETAD, Livros didáticos.